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Sistemas de administração de insulina gratuitos- Será a luz ao fundo do túnel?

Estima-se que mais de 10 mil pessoas em todo o mundo estão a usar sistemas DIY (“Faça Você Mesmo”) de administração automática de insulina, o chamado closed loop, ou pâncreas artificial. Ou seja, “versões” gratuitas destes sistemas.

Estes sistemas têm sido construídos por quem convive com a doença diariamente, pessoas com diabetes tipo 1 e/ou cuidadores, e que entendem bastante de tecnologia.

Como não são versões aprovadas pelas entidades médicas competentes, é impossível para as equipas médicas recomendarem a sua utilização, mas será assim tão complicado apoiar quem decide “fazer algo mais (e melhor)” pela sua diabetes?

Efetivamente, um profissional de saúde perante um paciente que o questione acerca deste assunto, ou assuma que o está a utilizar, ficará, de certo modo, com alguma incerteza, em especial se tiver conhecimento da mais valia que estes sistemas são.

No passado dia 13 de Novembro, foi publicado na revista The Lancet (revista conceituada da área da saúde), o que implica que seja algo que deve ser lido com cuidado e tido em conta, um consenso internacional acerca deste assunto, e que dá recomendações para os profissionais de saúde que acompanham pacientes que estão, ou pensam usar, este sistema.

Salienta-se do documento o seguinte:

  • “Nenhum sistema automático de administração de insulina é perfeito. Os sistemas comerciais e os de código aberto (DIY) partilham muitas limitações.”
  • “Os sistemas DIY permitem mais configurações baseadas em parâmetros mais flexíveis, mas para os alterar é necessário ter conhecimento, tempo e dedicação.”
  • “Um dos princípios dos cuidados em diabetes é respeitar as pessoas com diabetes, os seus cuidadores, a sua autonomia, e decisões individuais de tratamento. Os profissionais de saúde têm a obrigação de respeitar a autonomia, assegurando que as pessoas com diabetes e os seus cuidadores, têm a capacidade de fazer escolhas informadas, e entendem os riscos e benefícios das suas escolhas.  ”
  • “Em adultos com competência para tal, consideramos que os profissionais de saúde devem discutir a possibilidade de tratamento com estes sistemas, que possam beneficiar dele.”
  • “Apesar de não sugerirmos que os sistemas DIY sejam recomendados em sobreposição aos sistemas comerciais, fortes razões éticas suportam a utilização dos sistemas DIY, com segurança e eficiência, baseados em evidências reais de utilização.”

Recomendamos às entidades locais que apoiem o uso da tecnologia DIY. Recomendamos que sejam adquiridos pelas entidades locais os dois sistemas, de forma a entenderem o sistema de cada uma das soluções , de forma a que as equipas médicas possam discutir de forma informada com os pacientes.”

Perante este consenso elaborado por vários departamentos de endocrinologia e pediatria, um instituto de informática ligado à medicina, entre outros, de países como Alemanha, Estados Unidos da América, Canadá, Dinamarca, Inglaterra,… espera-se uma mudança de mentalidade em relação a este sistema, e em especial, aos pedidos que alguns pacientes fazem em relação a usar o mesmo.

Link para o artigo aqui.

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